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A crise das livrarias. O mercado literário vai sobreviver?

Posted by Aldemir Alves





Pessoal, o assunto do momento no mercado literário vem sendo a falência das maiores livrarias... existe um medo que a literatura acabe no Brasil por ocorrência disso. (muitos risos).

A coisa mais cômica que vejo em todo esse debate é que a culpa é da Amazon. É sempre assim, alguém precisa receber a culpa pela incompetência de quem um dia foi soberano, mas que agora está em decadência.

Mas se podemos culpar alguém por essa crise: ela é das próprias livrarias que não mudam seu estilo de fazer comércio.

Ao longo dos anos o mercado livreiro aos poucos caminha para um abismo sem fim! Isso porque as grandes redes vêm esmagando as editoras há alguns anos, também por conta de uma política falha e corrupta que acabou com a economia no País, junto com o poder aquisitivo dos brasileiros. 

Estando no mercado por vários anos posso afirmar que a crise se tornou ferrenha de 2013 pra cá, como eu disse: por culpa de um mal governo do PT, através de Dilma e Lula. As roubalheiras do dinheiro público aconteceram de forma escandalosa no Brasil!!!

- Mas Aldemir, o que tem o governo com a falência das livrarias?

Simples: As pessoas começaram a eliminar o que não era obrigatório para a sua sobrevivência financeira, comprar um livro, infelizmente, ficou em terceiro plano. É óbvio que se as famílias estão com dificuldades financeiras, automaticamente vão priorizar o pagamento de suas dividas, o alimento, alugueis, etc. 

Voltemos para as livrarias:

Por outro lado as livrarias continuaram nos grandes shoppings, na Paulista, e no luxo. Mas quem alimenta elas são as editoras que pagam caro para produzir seus livros $$$

Já as editoras, além de investir em toda a produção dos livros, continuam sendo obrigadas a dançar conforme a orquestra (que são as livrarias), ou seja, elas obrigam as empresas a darem de 50% a 60% desconto, consignação com direito a devolução se não vender em 90 a 120 dias, mas você editor paga o frete de ida e volta desses livros, dificilmente elas devolvem amigavelmente os livros consignados a editora. Os livros que venderam, onde o autor ganha de 5% a 10% dificilmente são pagos para as editoras em dia, os atrasos são comuns, mas a editora precisara pagar os autores... 

Isso faz as editoras se virarem nos 30 para sobreviver, elas começam a cobrar por publicações, exigir que seus autores se movimentem, vendem os pacotes editoriais, e muitas, se tornam apenas prestadoras de serviços.

Devido a tudo isso chego a uma conclusão, de que a culpa não é da Amazon, nem dos marketplaces, ou de nenhuma editora. É sim das grandes redes de livrarias; que insistem em se manterem soberanas, não mudam seus planos de negócios, não evoluem... não entenderam ainda que "não são as editoras quem dependem delas", mas sim elas quem dependem das editoras.

Se essas redes não mudarem a falência será inevitável, mas o mercado livreiro nunca vai acabar; ele vai evoluir e continuar crescendo. 

Exemplo das editoras no exterior que mesmo com a grande força que tem a Amazon, continuam firmes e fortes, pois os autores não abrem mão de uma casa editorial por lá! Os agentes literários estão sempre em busca de novos talentos, a indústria cinematográfica é suprida principalmente pelas histórias vindas dos livros, e a literatura prospera a cada dia. 

Sendo assim autores, não se preocupem, pois o mercado continuará firme e forte, e vai sobreviver a essa crise. 

2019 será um ótimo ano para nós!

- Por Aldemir Alves.

   

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