Olá Pessoal! Olha eu aqui outra vez, e desta vez, postarei um trecho do meu terceiro livro da série. Sim, depois de abandonar minha conta no Facebook agora eu tenho tempo para escrever.
Preciso de metas e quero terminar esse livro ainda esse ano. Percebam que o texto está cru, ainda sem revisão. Aquela parte com os riscos e o X, é onde continha spoilers. Quem leu o primeiro livro poderia achar ruim. Então sempre que eu postar algo sobre esse novo manuscrito deixarei os spoilers assim.
A capa do 3º livro ainda estou produzindo, comprei algumas imagens e essa abaixo foi a que mais eu gostei, pelo simples fato de exibir Fedors, o personagem principal, que até agora não ganhou uma capa. Não trazer o personagem em nenhuma capa foi decisão minha até aqui, pelo fato dele ser muito feio, sua aparência não é nada agradável, mas acreditem: nessa capa eu ainda peguei leve. Não sei se o pessoal compraria uma capa assim, no entanto, em votação no face a algum tempo a capa foi bem recebida e muitos optaram por mantê-la assim. Enfim, tentarei outras coisas.
Nesse livro estou optando pelo realismo da guerra, dando destaque ao Fedors e alguns personagens pouco explorados nos primeiros. Antes os leitores reclamavam que faltava destaque de alguns, e que o livro era rápido demais, rs, agora reclamam que tá muito grande e com excesso de detalhes. He,he,he... Eu particularmente prefiro agora.
Abaixo um trecho do livro, boa leitura!
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Sentimentos
de um moribundo
Fedors esteve nervoso, enquanto estacionado entre as sombras
de um morro saliente, observa a uma distancia segura as muralhas do castelo,
onde um dia fora soberano. O cavalo batia os cascos na neve, e algo rosnou na
aldeia mais próxima, mas com exceção disso o mundo parecia silencioso. A
escuridão ia baixando depressa e lançando sombras irregulares sob sua visão.
Mas, ele ficará mais algumas horas por ali, simplesmente com um desejo, compartilhar da presença de seu X ,
mesmo que fosse a distancia. Eram poucos os momentos que conseguia peregrinar
sem a presença dos orcs ou Vamcast, mas quando lhe sobrava um momento a sós com
os seus pensamentos, ele cavalgava e estacionava seu animal a uma distancia
segura, e sempre com o mesmo desejo; contemplar a figura de seu menino.
Será que ele estava bem, estava saudável? E se o visse de
perto, ao contrario de X , X o reconheceria? Não!!! Isso seria
improvável, já que agora se tornara um mero monstro sem alma...
Fedors desistira mais uma vez, a lua de bordas vermelhas
nascera no horizonte, e ela, (mais uma vez) era sua única companhia. Não há
mais nada o que fazer ali; então resolveu partir.
No caminho sombrio ele observara as devastações, Esteros
estava se tornando terra de ninguém, com muitas sepulturas, e sua maioria não
tinham lápides. Passou por uma aldeia desértica, mais uma que devia ter sofrido
um terrível golpe da guerra que levara tantas almas, e os corpos estavam em
covas rasas. Houve um barulho e um rosnado tímido, então Fedors pôde ver cães
selvagens desenterrarem vítimas da catástrofe, enquanto outros dilaceram a
carne podre de alguns soldados. Caminhava
lentamente e pôde contemplar um cadáver sendo devorado por aves carniceiras,
era um homem jovem e se lembrou dele em meio ao seu exército, um dia antes de
seu sumiço ele havia lhe batido continência. “Que lástima” – pensou, e
continuou seu caminho.
Continuou cavalgando e os corpos não paravam de aparecer,
quanto mais corpos, mais aves carniceiras surgiam, algumas se alimentavam com
fartura (humanos não eram seu cardápio predileto), mas eram abundantes e
morriam com mais frequência do que os animais. Elas precisavam fazer seu
trabalho, de alguma forma o planeta se encarregava de limpar a nossa bagunça. –
pensou.
Após cruzar a primeira metade de seu caminho, entrou num
caminho estreito de vegetação, a noite
estava mais sombria e silenciosa do que jamais vira antes, e a qualquer
momento algum perigo poderia espreitá-lo. Era natural.
Como previsto fora cercado por três homens altos, vestidos
por capas escuras e armados por espadas longas e sovadas, possivelmente armas
coletadas dos tantos corpos espalhados pelo terreno. Fedors puxou a rédea, parando seu animal de
pelagem escura, tinha o rosto encoberto pela capa preta e suas mãos estavam
cobertas pela luva de couro. Ele ficou em silêncio enquanto um dos meliantes tomou
sua frente, deixou o capuz descer de modo a exibir sua feição nada amigável.
Era um homem de longos cabelos negros, endurecidos pelo tempo. Seu rosto
possuía marcas profundas de corte e cicatrização e seu sorriso era de um
monstro assassino. “Era uma pessoa má, - pensou Fedors – um assassino
imprestável se aproveitando das pessoas boas que ainda restavam nesse mundo”. Matá-los não era uma opção, mas deixá-los ir, também não
seria o correto. - “O que estou pensando” – Fedors dialogava outra vez com o
seu subconsciente – eu não sou nenhum herói, não sou melhor que esses bastardos.
— É muito corajoso andando por esses lados à uma
hora dessas, cavaleiro. — Disse o meliante com sua espada em punho apontada em
direção à face de Fedors.
— Talvez carregue seus tesouros na escuridão,
escondendo-se dos outros. — falou o outro ao se aproximar.
— Ou talvez seja um ladrão, roubando de outros
ladrões! Há, há, há... — o terceiro homem, mais volumoso, começou a gargalhar e
logo todos o acompanhavam.
Fedors olhou-o o de perto bem nos olhos, o ladrão
não pôde contemplar sua feição, mas sentiu o odor forte de carniça que o
rodeava.
— Deixe-me seguir meu caminho em paz. — Disse em voz
abafava e cansada, como que suas cordas focais protestassem a cada palavra.
— É um homem idoso? — Perguntou o meliante
— Se é um homem idoso, possui muitos tesouros raros
e valiosos. — O homem volumoso começava se aproximar.
Fedors se manteve calado, até que o meliante bateu
no meio de sua testa com o gume da espada, bem no centro, e com força, mas ele
apenas sentiu o impacto e sua cabeça lançou-se para trás e depois para frente e
não sangrou, e nem mesmo ele protestou.
— Não apagou?
— Perguntou o homem volumoso.
— Esse bastardo tem a cabeça de aço? — O homem
forçou suas mãos magras sobre a manta e a arrancou com força, revelando a face
esquelética de Fedor. — MEU DEUS DO CÉU! — Exclamou com os olhos arregalados e
observou aquela face apodrecida sendo devorada por alguns insetos carnívoros,
pode ver de seu nariz corroído descer um líquido escuro e viscoso, era como que
seu celebro estivesse derretendo pelo impacto da pancada. Seus lábios picotados
exibiam parte da arcada dentária, e todos estavam escuros e cobertos pelos
restos da gengiva arroxeada.
— Fujam é um monstro! — Gritou e começaram a correr como
loucos.
“É hilário como pessoas más chamam o nome de DEUS em vão após
contemplar a face do demônio”, - ele sorriu lentamente. Depois levou vagarosamente
sua mão direita próximo à lança, presa na cela ao seu lado esquerdo. Poderia mirar
e lançar, tinha o corpo apodrecido, mas era forte como um touro, era fácil perfurá-lo a distância. Bem no meio das costelas
daquele maldito que o atacou covardemente, poderia fazer isso por muitos motivos,
mas desistiu. “Deixe-os irem, não irão durar muito tempo” – pensou - Depois seguiu
seu caminho.