Fala galera, estou há algum tempo sumido do blog por conta da correria do dia a dia, quem acompanha meu trabalho sabe que além de autor, eu sou editor da Editora Selo Jovem. Uma empresa que a cada dia vem crescendo mais e mais. Com o crescimento da editora meu trabalho também aumenta e meu tempo para postar na internet diminui. Mas eis eu aqui outra vez trazendo um trecho de As crônicas de Fedors Vol 3.
A capa exibe o personagem em destaque com toda a sua monstruosidade, mas quem já o conhece sabe de seu enorme coração...
A capa exibe o personagem em destaque com toda a sua monstruosidade, mas quem já o conhece sabe de seu enorme coração...
Esse é o último livro da trilogia que eu pretendo fechar no começo de 2018. A galera que leu o Vol. 1 e 2 sempre me questionam sobre quando eu fecharia a trilogia? Galera, na verdade o livro está escrito faz um tempo, desde 2015, no entanto nunca achei interessante lançar os livros de uma vez, eu sempre pensei que para a trilogia ter fôlego, era preciso ter leitores... hoje o livro 1 é campeão de vendas na selo jovem, são centenas de unidades nas mãos dos leitores: então essa é a hora!
Nesse último capítulo da trama vocês verão um vilão mais cruel, Vamcast parece ter atingido tudo o que buscava, mas isso o saciou? Sua sede por vingança foi positiva? Seu ódio valeu a pena? E Fedors, ele realmente se redimiu?
Vocês terão todas as respostas que buscam aqui, meus caros leitores! Se preparem pois Esteros A verdade será revelada está a caminho!
Trecho: Narrativas de Fedors:
Muitos anos se passaram desde o início
da grande guerra pela supremacia. Esteros agora se tornara terra de ninguém. O
negrume tomava os vilarejos das cidades imundas, corpos decompostos podiam ser
encontrados por todos os cantos das sarjetas. Homens roubavam, estupravam e
saqueavam sem nenhum pudor, sem nenhum sentimento de culpa. Outrora um
continente pacífico agora Naires estava mergulhada na escuridão e nojeira. O
lugar havia se tornado um continente inteiro devastado pela guerra e supremacia
promovida por Vamcast e seu bando. “O mutilador de corpos” assim passou a ser
conhecido pelos seus feitos. Feitos esses que a cada dia o tornavam o maior
ditador que aquele mundo pudera contemplar. A sua maldade ultrapassara as
barreiras continentais, e muito além dos mares a sua fama se espalhara. Seu nome
passou a ser temido de Leste ao Oeste e do Norte ao Sul. Seu objetivo
finalmente fora alcançado. Finalmente todas as patentes estampavam-lhe no peito
agora: "O reis dos orcs", "O rei dos elfos", "O rei
dos eracictos", "O grande rei dos reis" todos esses títulos são
somente seus... SEUS!!!
***
No acampamento Orc ao sul de Naires, os soldados de Vamcast festejavam
o domínio geral daquele continente. Eles comiam, bebiam, gritavam e grunhiam sem
parar. Dois sujeitos gordos e fortes mediam forças com as mãos entrelaçadas, se
empurravam até que o perdedor pudesse ser lançado para fora do círculo de
guerra. Eles eram fedorentos, barulhentos, e brigões. Mas pareciam unidos em um
único propósito: o domínio de Esteros.
Embora Vamcast vivesse tantos anos ao lado dos orcs, ainda não
suportava o mau cheiro e a nojeira das fezes, era sujeira para todos os lados, mas
ele tinha seu trono e um lugar mais reservado onde passava a maior parte de
tempo meditando, e isso já o confortava. Mais adiante, Fedors estava sempre imóvel
assentado em um tronco de madeira cortado ao meio, falava pouco, era sempre
muito observador. Embora Vamcast confiasse plenamente em sua lealdade, ainda
não conseguia entender que diabos poderia estar passando naquele crânio
putrefato e sem cérebro. Até mesmo para ele, acostumado com tantas bizarrices, a
criatura era indecifrável demais para ser compreendida.
Dois orcs de tamanho assombroso guardavam a porta principal, e saíam
apenas para saciar suas necessidades diárias, mas o lugar estava sempre seguro.
Já era noite no acampamento, lá fora, em meio às barracas e tendas orcs festejavam
o domínio geral. Já Vamcast apenas se embebedava solitário em seu trono, estava
sempre munido de uma caneca de bronze e uma garrafa de vinho forte com teor
alcoólico acima da média. Ele enchia a caneca
e engolia sem degustar, dava goladas fartas, sua mente parecia voar ao infinito
obscuro de seus pensamentos. Como era habitual, estava sempre irritado com
tudo, com todos:
— O que está havendo lá fora? — indagou, semiembriagado.
— Estão comemorando — Respondeu Fedors, sem se levantar.
— Quem autorizou festas em meu acampamento?
— Não sei dizer, meu senhor.
— Malditos baderneiros!
Irritado com a situação se levantou, ele reprimia farras entre seus
soldados, sabia bem que Destructor sucumbiu porque se tornou fraco e desleixado.
Embora praticasse o hábito da embriagues as escondidas não oferecia as mesmas
regalias aos seus homens, nem mesmo aos mais próximos a ele. Irritado,
abandonou o seu acento e saiu ao lado de fora, não estava sendo acompanhado por
nenhum soldado. Ao sair pôde observar seus guerreiros na farra, alguns bêbados
e felizes, outros exaltados e fora de si. Mas uma coisa era certa, todos estavam
indefesos e fáceis de matar.
Vamcast surgiu caminhando em passos lentos exibindo um olhar sem foco, caminhando
ao vento como se estivesse incomodado, entretanto era notório que disfarçava
estar distraído. Em poucos passos começara a ser notado por alguns, que se
intimidaram e baixaram os olhos em respeito ao seu rei. Outros nem tanto,
apenas olhavam-no com reprovação e descontentamento.
— Estão se divertindo? — elevou os braços ao alto num movimento rápido,
exibiu um rosto melancólico, seguido por um leve sorriso falso. Depois saltou
dois passos à frente, finalizando em um movimento desajeitado como que dobrando
os joelhos molengas. — Eis os poderosos orcs de Vamcast... amedrontadores e
perigosos! — Ele fez gestos com as mãos como se exaltasse a força das
criaturas. Caminhou cambaleante até se aproximar de um Orc enorme de pele
acinzentada, era "o campeão da batalha campal", aquele que sempre se
destacava.
— Você — Vamcast
apontou o dedo indicador em direção à criatura. — Você é o maioral aqui, não é?
O orc ficou intimidado,
olhou em todas as direções e pôde observar todos focados na situação. Ele não
sabia o que dizer, então tentou se justificar:
— Meu senhor,
eu... eu...
— Meu senhor é
o caramba* — Não me venha com desculpas! Olhe ao redor. — disse ao
desembainhar sua lâmina de forma ameaçadora. — O que vê?
— Meu senhor,
eu não sei o que dizer... — O enorme orc estava encolhido e trêmulo, respirando
pela boca, lentamente, quase que sem ar, sem ter o que dizer.
— Pois eu vejo
homens fracos e embriagados. Estão todos desprotegidos, fáceis de matar!
Imaginem se o inimigo estivesse nos espreitando agora? O que fariam? Por acaso matar-nos-iam
com seus hálitos de álcool?
Voltou sua atenção em direção ao orc, que por sua
vez recuou. Vamcast não hesitou, com um golpe certeiro perfurou o coração da
criatura que gemeu alto sentindo uma dor insuportável. O orc caminhou três
passou para trás e o sangue esguichou do ferimento, o sangue preto manchou os rostos
assustados das demais criaturas, depois caiu de costas, com a língua para fora.
Naquele momento houve tumulto, palavrões foram proferidos e ninguém entendeu o por
quê daquele ato inusitado.
— Mas ele está
louco? — Protestou um orc, desorientado.
— O que esse
filho de uma égua está fazendo? — disse outro, exaltado.
A multidão
estava se unindo ao redor dele e começaram a esboçar uma reação, mas Fedors
veio rápido por detrás das criaturas, chutando-as, empurrando-as, e gritando. Os
orcs recuaram aos poucos, estavam confusos, mas agora sem qualquer reação.
— O que
pretendem? — Questionou Fedors, interrogativo. — Pretendem matar seu rei?
Vão embora e voltem para suas barracas, descansem. Se preparem para o inimigo amanhã
marcharemos em direção a mais uma grande batalha!
Aos poucos as
criaturas desapareceram.
Fedors retornou
a sala do trono, mas ele não aprovara aquela ação por vários motivos. Um:
Vamcast também estava embriagado. Dois: os orcs poderiam se rebelar contra ele
pois eram tratados como lixo, sem qualquer igualdade. E três: Vamcast estava se
tornando um ditador.
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