Olá, pessoal!
Como de costume, hoje irei postar mais um trecho de Esteros, desta vez do segundo volume - O início da esperança. Nesse livro, diferente do primeiro, onde dei mais destaque ao irmão Vamcast, o personagem "Andor" é o mais explorado. Após a grande batalha entre os irmão Destrus, Andor foi levado por Morteros, um personagem que teve muito pouco destaque no primeiro livro, mas que é peça chave na mitologia e no decorrer da história. Para que vocês entendam mais um pouco sobre a trama, postarei a história de Morteros: personagem que eu gosto muito e que esconde um grande segredo.
(Obs: Esse trecho pode conter spoilers para quem ainda não leu o primeiro livro).
A história de Morteros
Mais um dia se passou no acampamento de Miguel. No oitavo
dia, Morteros alerta para que Andor junte-se a ele, — Andor, eu creio que é chegada a
hora de você conhecer a verdade — disse Morteros, sentado sobre um banco de
madeira.
— Sente-se menino, pode ficar a vontade! — completa
Miguel.
— Obrigado, estou pronto para ouvi-los — responde o
príncipe.
Morteros fica sentado frente a Andor. Pensativo e muito
focado em suas palavras, começa a narrar a sua história — em nosso mundo, Andor, existe muita coisa inimaginável
para os homens normais, mas você é especial dentre eles, pois seu coração é
limpo, e não foi corrompido por maldades. Irei contar-lhe agora a minha
história, muito antes de eu vir para Esteros...
Há milhares de anos, em uma
época em que os mortais ainda não existiam, mas eu não me lembro de tudo em
detalhes e como vivo um dilema, não posso afirmar se sou um traidor ou um
herói. Mas uma coisa eu afirmo, agora luto a favor da paz e também da vida...
Andor, eu peço que redirecione a sua atenção a mim agora, e escute-me, pois as
minhas próximas palavras são importantes e podem selar o destino de seu mundo.
— Há muitos anos atrás, éramos doze pedras chamadas de
pedras espirituais. Cada pedra pode ser
invocada para ajudar em batalhas. As origens das pedras espirituais ainda são
uma lenda entre os deuses, mas existem muitos boatos sobre suas existências. O
mais próximo da verdade é que Soriam e Soriom, com ajuda de Lucyer, forjaram
doze pedras usadas inicialmente como amuletos que ofertavam poderes
sobrenaturais. Essas pedras forjadas por Lucyer tinham o poder de unir magias
negras com as brancas, fazendo com que os traidores ficassem ainda mais
poderosos. Esse poder seria usado para dominar o paraíso, que era o lugar onde
viviam com o seu criador.
— Após a rebelião dos anjos contra o supremo criador de toda
a vida, houveram planos para dominar o paraíso. Mas antes que pudessem por seus
planos em prática, o supremo destruiu tudo. Tremores e inundações arrasaram o
primogênito dos planetas. Para se salvarem, os anjos fundiram suas almas nas
pedras e se lançaram ao espaço, juntamente com todos os pedaços do paraíso.
Esses pedaços se transformaram em planetas e assim surgiram novas vidas. As
pedras permaneceram em todos esses planetas. Algumas se tornaram invocações nas
mãos de mortais e deuses inescrupulosos, outras, ao tocarem o solo do planeta,
criaram vida própria, e assim continuamos a existir em um dilema torturante.
Apesar de viver um passado terrível, eu me redimi e agora luto a favor da paz e
da vida.
— Mesmo a favor da paz, não consigo dormir tranquilo há um
bom tempo. Em meus sonhos eu vejo o criador irritado, banindo os doze anjos do
paraíso e os amaldiçoando com a imortalidade e o desprazer de tirar a vida de
inocentes. Acordo suado e quando caio em si, estou na casa de Miguel. Então
agradeço todos os dias por ter conhecido alguém de bom coração que está me
ajudando a superar os meus pesadelos. Vivo a tentar descobrir qual é a minha
verdadeira história!
— O mal não foi alertado aos garotos de Esteros, mas ele
existe, Andor. No caso de seu irmão, ele invocou os três guardiões que feriram
você. Na mão dele, são três demônios. Mas se estivesse com você, seriam três
anjos de suporte para curas e defesas em batalhas. Eu vim como um ser neutro
neste mundo, que serviria tanto o mal quanto o bem, mas quando toquei o solo de
Esteros, estava livre. Só que não sabia o porquê de estar livre. Quando fui
encontrado por Miguel, aprendi a amar a vida e preservá-la. Esta foi a minha
escolha. Andor, eu quero saber qual é a sua escolha? Mas acalme-se, não me
responda ainda...
— Miguel diga a ele a verdade sobre Vamcast!
Neste momento, o semideus "Miguel" estava ao lado do príncipe e com
tom de seriedade ouvia as palavras de Morteros. Depois de ouvir tudo, começou a
fazer os seus comentários — realmente sou testemunha sobre a escolha de Morteros,
sobre sua luta para te encontrar. Agora
irei contar a verdade sobre a luta que está para acontecer aqui em Esteros:
— O seu irmão, Vamcast, está sendo controlado por um mal. Um
demônio guerreiro chamado Surrubios, que também esteve em Nalefis. Mas como o
corpo de Nalefis era fraco, foi destruído facilmente por Lord Mancarus Destrus,
que é o seu avô, e que foi um rei corajoso e sábio. Vamcast provavelmente foi
escolhido por Surrubios por ter grandes habilidades de força e coragem!
Surrubios é um dos membros da legião de Nazebur. A legião é composta pelos mais
poderosos seguidores do demônio. Surrubios está tentado crescer em Esteros há
duas gerações e felizmente ainda não conseguiu.
O objetivo é dominar Vamcast e em seguida comandar um grande
exército de guerreiros imortais. Tudo deverá acontecer na floresta dos
demônios, um local esquecido pelos deuses, que está localizado ao sul de
Naires. A floresta é a moradia dos seres malignos viventes no planeta —
criaturas rejeitadas pelo nosso mundo. A
profecia diz que logo um ser poderoso guiará um grande exercito rumo à extinção
do nosso planeta, temo que esse momento já tenha chegado.
Andor, indagado pelas palavras de Miguel, faz um comentário — hum... Nunca ouvi falar dessa floresta, a profecia é
desconhecida para mim também.
Miguel cruza os braços e volta a dizer — a floresta existe,
mas como eu disse, ela foi esquecida por todos. O mal, na verdade, deveria ser
alertado aos garotos de Esteros, mas assim como o seu pai errou em não
alertá-los, outros pais e mães também continuam a errar. Somente os mais
antigos sabem da guerra no mundo superior.
— No começo de tudo, eram quatro deuses e reis poderosos
quem dominava o universo. São eles: Nazebur, Homandir, Temtauros, e Zeuros.
Eles mantinham um mundo repleto de planetas povoados por raças diferentes, com
nomes e aparências diversas. Nestes
mundos a paz reinava entre todas as espécies, e quando um ser terminava sua
missão em seu mundo, ele era repassado para outra vida. Assim continuava um ciclo perfeito de vida e felicidades.
Os deuses podiam caminhar entre nós e realmente compartilhavam das nossas
alegrias diariamente. Inexplicavelmente um deles era ambicioso e cruel.
Nazebur. Este deus queria todo aquele legado para si, sua sede por poder estava
a cada dia maior.
— Nazebur tinha passe livre para caminhar sobre os seus
mundos, mas precisava seguir regras. Ele se sentia angustiado e vingativo,
ignorante e ambicioso diante de tanta beleza intocável para si. Totalmente
atormentado, pediu uma reunião com os seus irmãos. Rapidamente disse que queria
a sua parte de tudo e que acabaria a sociedade entre eles. Sendo pressionados,
os irmãos cederam o que ele inquiriu, mas a maldade foi tremenda que Nazebur
fez sofrer a todos que viviam em seu território. Quando matou a todos, suas
almas ficaram presas ali. O ciclo que permitia retornar a outras vidas foi
quebrado.
— Vendo Nazebur que não havia mais ninguém vivo e que os
seus planetas estavam todos destruídos, começou a destruir a vida dos planetas
de seus irmãos. Destruía e aprisionava quantas almas conseguia. Vendo tantos males, os irmãos Temtauros, Homandir, e
Zeuros lutaram contra o traidor — Nazebur — que sendo imortal não podia ser
morto, mas foi aprisionado e acorrentado em um trono negro em seu próprio
mundo. O mundo dos mortos, assim era conhecido.
Nazebur amarrado por correntes enormes e totalmente sem ações, deu nomes
e forças às almas escolhidas, os demônios que seriam agora o único modo de
continuar o mal nos mundos de seus irmãos.
Os seres conhecidos como Asmectros, podiam transitar e dominar o corpo
de mortais, dando a eles poderes inimagináveis. Assim Nazebur continuava a
matar, até que quando acabasse com toda vida nos planetas, faria o seu próprio
mundo, um mundo morto e destrutivo feito de almas imortais que seriam
transformadas em demônios brevemente. Teria um mundo de poderosos guerreiros
prontos para matar. Eles matariam até mesmo os seus três irmãos. O objetivo era
matar e dominar tudo para ele. Os seus subordinados o libertariam das
correntes, levando-o a se tornar o ser supremo do universo.
— E se isso vier a acontecer, todos nós seremos destruídos.
O lindo planeta Esteros que ainda está com tanta beleza, não existirá
mais. Valerá à pena lutar por nosso
mundo? Apesar de não podermos matar os demônios, nós podemos evitar que eles
tomem as vidas que restam. Pois quem não pratica o mal, não pode ser tocado por
Nazebur. Se nós povoarmos este planeta de seres bons, nunca os planos de
Nazebur serão concretizados!
Andor prestou atenção nas palavras de Miguel e quando
finalmente entendeu a mensagem passada, falou: — Nossa! Isso me deixa até
confuso... Mas como poderemos libertar Vamcast? Existe um jeito?
Morteros entra na conversa e rapidamente responde as dúvidas
do confuso príncipe — Só ele pode se libertar. Se ele não o fizer, teremos que
destruí-lo e assim expulsar o demônio Surrubios de Esteros!
O príncipe aceita as palavras de Morteros, mas ainda não
entende como deve proceder para salvar o seu planeta. Em dúvida, faz alguns
desabafos:
— Eu estou disposto a lutar, por Esteros e pela vida. Mas
como poderei ajudar? Sou o escolhido e não sei o que fazer...
Miguel volta a encará-lo e tenta justificar a sua
participação na salvação do seu planeta. Tenta de encorajá-lo: — Você é diferenciado, mas só conseguirá a vitória com
ajuda. Deveremos reunir um exército e lutar até que acabemos com todos os que
colaboram com Vamcast. Quando nós conseguirmos, deveremos encarar o nosso maior
objetivo, que é lutar contra o próprio Vamcast e assim impedir que ele fique
ainda mais poderoso.
Morteros, voltando a participar da conversa, faz algumas
observações antes de começar a prepará-lo para a sua jornada rumo à liberdade
do seu mundo, — eu quero que você descanse primeiro, recupere-se dos
ferimentos. Vou treiná-lo, mandaremos notícias para quem quiser nos ajudar e
que possa se apresentar a mim. Eu irei interrogá-los e trarei todos até você.
Em seguida nós montaremos um exército que enfrentará Vamcast. Nosso primeiro
objetivo será libertar todas as cidades que ele dominou, para depois atacá-lo e
destruir o seu reinado do mal.
Concordando com tais palavras, o grupo se alimentou ali
naquele lugar. Andor estava feliz e sorridente em meio aos seus novos amigos.
As esperanças já estavam surgindo, vários grupos estavam sendo formados. Só
faltaria uma união para um exército aparecer e assim começar a guerra da paz.