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Batalha épica, Confronto entre raças, literatura, Rpg, As crônicas de Fedors, Os livros de Esteros.

Posted by Aldemir Alves






Uma batalha épica:

Já na parte da tarde, os pássaros tomavam os céus, e os grilos ensaiavam os seus primeiros acordes. A floresta tomava forma cinzenta e havia pernilongos zunindo nos ouvidos dos meninos. Naquele momento monótono, Mondaros adentrou o dormitório e chamou todos os garotos para fora. Panderios contaria histórias antes que dormissem.

Sem perder tempo, os meninos se juntaram ao lado de fora e Panderios os recebeu em mimos, — vamos! Acham que os deixaria dormir sem antes contar-lhes as velhas memórias de um velho mago? — Panderios vestia-se com vestes de dormir, uma calça larga de lã e uma longa blusa com mangas. Na cabeça havia abandonado o chapéu de ponta e estava com uma touca que escondia-lhe as orelhas, mas o seu enorme cachimbo estava sobre o acento, bem próximo a fogueira, que ainda não estava acessa.

—Sentem-se, vamos! Vamos! — Disse Panderios, enquanto sentou-se e tragou um pouco de fumaça.
Havia trinta garotos sobre os troncos que simulavam bancos, e Mondaros e os outros empregados também estavam ali. No centro haviam troncos e gravetos preparados para uma grande fogueira.

— Estão todos aqui? Preparados para boas histórias? Todos eles gritaram que sim, era um couro de vozes. E o velho mago sentou-se na ponta e era agora o centro das atenções — então vamos acender logo essa fogueira! — Panderios foi agraciado por Mondaros que lhe entregou seu cajado e depois voltou a se sentar. O velho ficou em pé novamente e deixou o cachimbo sobe o acento, e levou seu cajado próximo aos pés, tocando-o ao solo, encenou uma magia: ”etre,kek”!Uma bola vermelha de fogo surgiu e era do tamanho de um ovo de avestruz, Panderios se sentou e tomou novamente o cachimbo, agora sorria discretamente...
 
A pequena bolinha de energia mudou de cor e agora estava ainda mais vermelha, ficara “incandescente” e começou a se debater parecia que chocaria a qualquer momento —observem— Disse Panderios, e todos estavam de pé e não desgrudam os olhos do ocorrido.

E do fogo, nasceu uma pequena ave, e ela cresceu rapidamente e se tornou uma fênix. Todos os meninos ficaram maravilhados com o pássaro de fogo. Panderios sorriu e disse “vá!” E a ave subiu aos céus e voou maravilhosamente, deu um giro por cima de todos os presentes no local e finalizou de ponta em meios aos trocos, dando início as chamas que se tornou uma enorme fogueira.

Clap, clap, clap, todos aplaudiram...

— Obrigado, — Disse ele.

— O que vai contar hoje mestre? — Perguntou Mondaros.

— Vou contar uma velha história sobre Mancarus Destrus e sua batalha contra o temível Orc Nalefis!
E os garotos aguardavam aquela história e sequer piscavam os olhos. Panderios tragou mais uma vez seu cachimbo e agora profundamente. Soprou uma fumaça cinzenta aos ares e estava em grande quantidade. Em seguida desenhou sobre a fumaça um temível guerreiro tão poderoso como um titã e logo começo a narrar a sua fábula:

 ... O seu nome era Nalefis, e ele era poderoso e temido em toda Naires. Era um Orc, de pele verde e olhos enormes. Tão poderoso que mataria um homem apenas com suas mãos... Naquele dia o gigante destruía todos os acampamentos ao norte, e queimava as moradias, as crianças perdiam seus pais e muitos eram escravizados. O nome do vilão já era conhecido em boa parte de Esteros, mas aquela criatura até podia ter causado muito sofrimento a inocentes e destruído grandes guerreiros, mas alguém como Mancarus ele não havia provado. Não igual ao Rei do Norte, ele jamais imaginava que existisse um homem com aquelas habilidades.  

As suas histórias e triunfos em guerras amedrontariam qualquer inimigo invasor, e O Rei marchou rumo aos acampamentos, pois recebia a notícia de que o vilão tomava suas terras. 

Quando chegou aos acampamentos, o inimigo ainda estava espalhando o seu terror, e o rei surgiu como um salvador e galopava junto aos seus fiéis seguidores. Os orcs sentiram que alguém se aproximava e correram para avisar ao seu general, e Nalefis se armou na mão direita com sua espada gigantesca e de longa espessura, e era da cor negra, na esquerda o maior escudo que se podia carregar.

Ao longe já se podia ouvir o tinir do metal e uma batalha já acontecia, mas não parecia causar medo em Nalefis.

Mancarus surgia ao longe e deixava um rastro de corpo em seu caminho, os orcs de Nalefis sequer viam de onde surgia o ataque, pois aquele Rei parecia um “Deus da guerra”...

Panderios pausou a conversa e tragou novamente seu fumo, desta vez demorou.  Os meninos ficaram todos de pé.

O velho libertou a fumaça novamente e disse-lhes — Ora, sentem-se, deixe-me continuar... —, e Pandeiros desenhou dois guerreiros, um com a figura de Nalefis e outro de Mancarus Destrus.

... E aqueles homens se olharam de frente, se estudaram e começaram a caminhar em círculos. Mancarus vestia uma armadura branca e um capacete fechado, deixando nu apenas a ponta do queixo e nariz, sua espada brilhava a ser exposta ao sol e era confeccionada por um aço de visível qualidade. 

Eles não se falaram, não se temiam, e o orc parecia um gigante próximo ao Rei. Porém, a coragem e determinação daquele homem; o tornara grande de igual capacidade. Com um grito que estremeceu o campo de guerra, marchou em direção a Nalefis. E, todos os demais guerreiros esqueceram-se e pararam de lutar, se puseram a acompanhar aquele confronto épico. O rei partia furioso para o ataque e o grande Nalefis, continha a sua fúria com seu enorme escudo. E cada espadada desferida por Mancarus, gerava impactos poderosos sobre o braço esquerdo do inimigo.

Nalefis estava encurralado e perdendo o prestigio diante seus guerreiros, os olhos deles entregavam a surpresa em vê-lo tão acuado. Então, Nalefis surtou, e jogou o corpo de Marcarus a dois metros apenas com a força de seus braços. Mancarus voou e caiu de joelhos, rapidamente se levantou e estava preparado para mais uma rodada. 

Quando o rei partira novamente para o ataque, Nalefis lançou com toda a sua força o grande escudo para poder feri-lo, porém, Mancarus se desviou e enquanto estava curvando seu corpo, pode ver a morte que o escudo trouxe a um de seu soldado, que ficara em meio ao alvo e teve a cabeça decepada pelo escudo do inimigo. 

Nalefis veio de encontro ao rei e novamente o tinir de suas espadas tomava todo o campo de guerra, e estavam sedentos pela glória daquela épica batalha.

Enquanto Nalefis suspirava pela boca, o rei ainda era um leão indomável. O orc já cambaleava para trás e escorregara duas vezes, quase indo ao chão. Mancarus subiu aos ares e lançou sua espada sobre o punho do inimigo, ferindo-o e fazendo com que o sabre do vilão caísse aos seus pés. 

E naquele momento, alguns orcs olhavam seu general com olhos de agonia e descrença e começavam a se afastarem, pareciam temer o pior. Mancarus sabia que o inimigo estava desarmado e mesmo assim; fez o improvável, chutou a lâmina próxima a ele e deu-lhe mais uma chance de glória, e isso fez com que o vilão urrasse de fúria e sequer sentiu a dor de sua ferida e lançou-se ao solo, apalpando novamente a espada.

O vilão atracou-se contra o rei e cortou-lhe uma ferida profunda no ombro esquerdo. Mancarus sentiu a dor, mas a ignorou e continuou a lutar apenas com uma de suas mãos. Girando o seu corpo ao sentido contrário, o rei feriu a perna esquerda do vilão e rapidamente suas costas, rodopiou e ficou frente a ele novamente. Mancarus agora soprava também pela boca e voltaram a se encarar a uma distância de dois metros. Estavam ofegantes e o sangue manchava todo o local. 

Os dois sabiam que haviam encontrado um no outro um oponente valoroso, e aquela vitória seria lembrada pelos séculos. Alguém cairia naquele dia e agora era questão de minutos para que seus corpos ficassem desnutridos, isso pela quantidade de sangue que respingava ao solo esburacado.

Finalmente, seus corpos se debateram e a batalha se deu início novamente. Foram, um, dois, três, e, no quarto bater de espadasNalefis perdeu o seu braço esquerdo, foi decepado majestosamente por Mancarus. que elevou seu corpo forçadamente à frente e manteve-se ainda na posição de ataque.Contemplando apenas o vilão urrar de dor e cair de joelhos com sua espada cravada ao solo.

Nalefis se levanta novamente e ao tentar reação, recebe um segundo golpe no abdômen e um terceiro nas costas. Agora estava acabado, ensanguentado, e sem sua espada. 

Todos aplaudiam e os inimigos começavam a bater em retirada. Por outro lado, os soldados de Mancarus aguardavam o final, até que o rei cravou seu aço no coração do inimigo e venceu a maior batalha de todos os tempos... libertando Naires das mãos do temível: “Nalefis”.

Panderios finalizou a história cravando o bico do cachimbo sobre o desenho de Nalefis, simbolizando a sua morte, e novamente criou euforia aos seus alunos. 

— Uma grande história professor! — Inquiriu Mondaros e sorriu.

Espere até eu contar a próxima... — Disse o velho.

continua...


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2 comentários:

  1. Anônimo
    Este comentário foi removido pelo autor.
  1. Mario Rodrigues

    magnifica narrativa e magnifica facilidade para descrever as cenas, parabens!!!!!

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