Olá, pessoal!
Hoje estava pensando: quando escrevi Os livros
de Esteros eu tinha certeza de que estava criando livros juvenis,
destinados para garotos com idades inferiores a 12 anos, tanto que o
livro teve essa classificação em todos os sites e na própria editora que me publicou na época. Só que o livro acabou sendo comprado por adultos e eles são muito
exigentes, rs. Querem que os personagens sejam descritos em detalhes,
querem batalhas épicas e etc... Já que o público alvo mudou vou aceitar o
desafio e estou trabalhando em um novo texto e desta vez pretendo
escrever para todos os públicos...
Apesar de existir uma edição bem caprichada de Esteros sendo vendida na AMAZON estou trabalhando em uma versão mais adulta de Os Livros de Esteros - As Crônicas de Fedors 1 essa nova edição trará uma narrativa bem detalhista com batalhas e cenários mais sanguinários. Teremos novas ilustrações e incrementações nas cenas e capítulos.
Porque estou fazendo isso? Para provar para uns resenhistas do CTRL C que sou capas de criar e agradar os mais exigentes!!!
Porque estou fazendo isso? Para provar para uns resenhistas do CTRL C que sou capas de criar e agradar os mais exigentes!!!
Posso dizer que algumas criticas me inspiraram e agora que fui desafiado estou decidido e vou transformar Esteros em um novo livro! Todos que criticaram esse livro disseram que a premissa é boa, falta detalhes, falta diálogos, pode melhorar, falta revisão... Então vou usar tudo o que aprendi nesses anos e criar algo inspirado nas DICAS.
O livro já cresceu muito de tamanho e a história está ganhando mais vida e os personagens um trato especial! Com a ajuda da excelente revisora Cirlene Dto o livro ganhara qualidade. (Aliás, recomendo muito essa revisora).
Vou postar uns trechos para vocês lerem em primeira mão. (Obs: Os textos ainda estão cru, sem revisão).
Leiam um trecho inédito:
O início dos treinos
Os raios solares invadiram as janelas e uma brisa agradável anunciava que choveria naquela manhã. Andor foi o primeiro a acordar e calçou seus sapatos em couro, vestiu uma camiseta branca de mangas compridas, tecida em linho. Vestiu um jaleco de feltro e malha marrom e a calça em linho na cor azul - claro. Passou por Vamcast que estava adormecido e aparentemente gozando de bons sonhos.
Caminhou e desceu as escadas.
— Acordou muito cedo, querido... — disse a Rainha assim que o avistou.
— Perdi o sono.
— É igual ao pai, sempre ansioso! — Falou ela e estava ali em meio ao grande salão real, onde havia uma estufa e grande variedade de plantas e flores. Zinza fazia questão de regá-las, era algo simples e prazeroso que a divertia.
— O papai já acordou?
— Saiu com Destructor. Acho que estão cavalgando.
— Ah, então tá. Vou subir e acordar o Vamcast porque falta pouco para nossa viagem.
— Espere! — disse a rainha, caminhando até ele — Fastouros ainda está selando os cavalos! Antes de partirem desçam. Desejo acompanhá-los em uma refeição.
O garoto fez sinal de positivo e subiu as escadas. Zinza o observou e ainda não acostumara com o barulho e tantas pessoas que trafegavam por ali. Lembrava de seus dias junto ao pai, em sua infância os garotos eram livres e soltos. Se divertir era um habito saudável e permitido, ao contrário da criação imposta aos seus filhos que são obrigados a manter etiquetas e privações. Mussafar não permitiria que um filho seu brincasse no barro ou adentrasse a floresta, para ele era algo perigoso e improvável, para ela era algo verossímil e tradicional. Entretanto, a palavra de um senhor era lei, somente o rei poderia impor regras em sua casa, não aceitá-las era algo insensato e audacioso.
Zinza era filha de elfos do leste e conhecera Mussafar a partir de uma visita promovida pelo então “rei Marcarus Destrus” o pai de Mussafar que era Peregrino e conquistador. Ainda jovens se apaixonaram e após a morte de Mancarus, Mussafar se tornou soberano. Com sua autoridade pediu a mão da elfa em casamento e uma união entre os reinos surgia de forma inédita e improvável, pois isso jamais ocorreu em tempos anteriores.
Mussafar governou de forma pacifica e contraditória aos costumes ancestrais. A paz entre os povos era lei e o Norte sempre fora visto como o elo forte entre a monarquia. Nenhum rei se opusera a supremacia do Norte e as histórias narradas sobre os eracictos eram dignas de aplausos e honrarias.
Andor subiu as escadas e quando chegou, Vamcast estava acordado e polindo sua lâmina. O garoto deixara a bainha sobre a cama e com uma pedra deslizava vagarosamente amolando o corte, era tão afiada e cortante que refletia sua imagem. O garoto estava focado sobre ela, investia ali todo seu pensamento, todas as suas feições e ações estavam aplicadas ali, era algo tão simples e costumeiro, entretanto, para ele era uma técnica obrigatória e que poderia ser aperfeiçoada.
— Vamcast...
— O que foi Andor? — disse ele e olhou-o sobre os ombros.
— Já esta preparando suas coisas?
Ele se virou com a lâmina sobre as mãos, aquilo causou medo e nostalgia em Andor que deu um passo atrás.
— Está com medo? — perguntou e apalpou a bainha e guardou a espada.
— Não, apenas não gosto delas.
— Das espadas?
— É, isso me causa angústia e fobia.
Vamcast puxou seus pertences que estava na mala, passou por Andor e sussurrou:
— Você é muito esquisito!
Andor ficou ali pensativo, era um garoto ingênuo e dedicado ao irmão, mesmo que Vamcast seja rude e ignorante não tentava afrontá-lo. Compreender e acobertar era algo habitual e costumeiro em seu conceito.
O salão destinado as refeições era enorme e todo iluminado. Nos cantos de paredes os archotes queimavam dia e noite, uma grande luminária recheada por velas queimava em meia altura, as vidraças coloridas e as figuras dos reis e ancestrais de Mussafar eram expostas em todas as paredes. Feições distintas, sombras do passado, lembranças e fábulas antigas, tudo ali retratado em estátuas e pinturas. Aquele era um passado extinto de glórias e conquistas, apreciado por Mussafar e seus súditos, porém mal visto por Zinza e muitos que ali residiam.
Na ponta da mesa estava assentado o rei Mussafar, seus filhos e esposa próximos a si. Os criados serviam os pratos e um breve silêncio tomava conta do lugar. Aos homens velhos era servida cerveja e carnes de aves, aos garotos sopa e pães. Uma oração costumeira era lei e o rei dava início aos costumes religiosos. O nome mais venerado era de “Homandir” o deus da justiça, e “Zeuros o deus da prudência e fartura”.
— Comam! — Ordenou o rei. Assentados a mesa estavam, Mussafar, Vamcast, Andor, Zinza, Fastouros e “Destructor o braço direito e conselheiro do rei”.
Andor se alimentou apressadamente e foi o primeiro a terminar, Vamcast não estava apressado e manteve-se silencioso e comia de vagar, era tão reservado que baixava a cabeça ao se alimentar e sequer olhava para os lados.
— Coma menino, nossas terras são fartas e não há necessidade de economizar alimentos! — Disse Mussafar em tom de otimismo.
— Essas são as terras mais fartas de todos os reinos, meu rei é um homem abençoado! — Falou Destructor e estava aparentemente bêbado, era um homem bajulador e de caráter duvidoso. Possuía cabelos curtos e barba falha, que lhe tomava todo o rosto, olhos negros e profundos. Era um homem de idade avançada e pele avermelhada com muitas rugas e marcas de cravos e espinhas, talvez tivesse cinquenta e cinco anos de idade. Trajava roupas largas e túnica longa. Estava sempre munido de um bastão. Já fora um ancião respeitado em tempos anteriores.
— Está impaciente para o seu primeiro dia nos treinos! — Falou o general Fastouros e não sorriu. Aliás, ele nunca sorria.
— De fato! — disse o rei — Essa foi a melhor época de minha vida! — Concluiu.
— Épocas passadas... — Destructor apontou seu dedo em direção aos quadros — Esse lugar já foi palco de muitas façanhas!
Mussafar lançou sobre ele um olhar frio e reprovativo.
— Deixe o passado no passado. Eu sou o futuro e esse é um novo capítulo na história de Esteros!
— Perdoe-me, meu senhor, falei sem pensar! — E mostrou respeito.
Naquele momento houve silêncio, era certo que aquele rei não prezava a guerra e mudar o passado era para ele um desejo intencional e audacioso. Mussafar acreditava em uma frase que um dia escutara de um homem sábio, que após errar muito em sua vida morreu pelos seus desafetos, mas antes recitou: “um homem quando esta em paz, não deseja guerra com ninguém” e aquilo o confortava.
Narrativa de uma batalha:
O seu nome era
Nalefis e era poderoso e temido em toda Naires. Era um orc de pele verde e
olhos enormes, seus cabelos trançados da couraça da cabeça até a cintura,
somente a trança percorria-lhe sobre o tronco, o resto da cabeça raspada e
careca. Sua narina avantajada e coberta por três piercing, suas orelhas
avariadas e faltando pedaços. Vestia-se por uma armadura de ferro, destinada
apenas aos bárbaros e assassinos, era na cor escura com proteções no peito e
ombreiras pontiagudas. Possuía braceletes nos pulsos e também eram
confeccionados em pontas pontiagudas. Nalefis era um gigante de dois metros e
músculos e envergadura de um troll. Tão poderoso que mataria um homem apenas
com suas mãos. Naquele dia o gigante destruía todos os acampamentos ao norte, e
queimava as moradias. As crianças perdiam seus pais e muitos eram escravizados.
O nome do vilão já era conhecido em boa parte de Esteros. Mas aquela criatura
até podia ter causado muito sofrimento a inocentes e destruído grandes
guerreiros, mas alguém como Mancarus Destrus ele não havia provado. Não igual
ao Rei do norte, ele jamais imaginara que existisse um homem com aquelas
habilidades.
As suas histórias e triunfos em guerras amedrontariam
qualquer inimigo invasor, e o rei marchou rumo aos acampamentos, pois recebia a
notícia de que o vilão tomava suas terras.
Quando chegou aos acampamentos, o inimigo ainda estava
espalhando o seu terror, e o rei surgiu como um salvador galopando junto aos
seus fiéis seguidores. Os orcs sentiram que alguém se aproximava e correram
para avisar ao seu general. Nalefis se
armou, na mão direita a sua espada gigantesca e de longa espessura, ela era
negra e coberta por uma energia translúcida.
Na mão esquerda o maior escudo que se podia carregar.
Ao longe já se podia ouvir o tinir do metal e uma batalha
já acontecia, mas não parecia causar medo em Nalefis.
Mancarus surgia ao longe. Lançou seus pés ao solo, era um
homem de meia idade, cabelos castanhos e barba curta, estava vestido de uma
cota de malha recoberta, até o peito, totalmente trançada por fios de ferro. Usava
um helmo com orifícios sobre os olhos e narinas, tinha proteção no pescoço e
nas articulações e coberturas para ombros, pernas e peito. Deixava um rastro de corpos em seu caminho, os orcs
de Nalefis sequer viam de onde vinha o ataque, pois aquele rei parecia um “Deus
da guerra”...
...Aqueles homens se olharam de frente, se estudaram e
começaram a caminhar em círculos. Mancarus vestia uma armadura branca sobre a
cota de malha e um capacete fechado, deixando nu apenas a ponta do queixo e
nariz, sua espada brilhava a ser exposta ao sol e era confeccionada por um aço
de visível qualidade.
Eles não se falaram, não se temiam, e o orc parecia um
gigante próximo ao rei. Porém, a coragem e determinação daquele homem o tornara
grande de igual capacidade. Com um grito que estremeceu o campo de guerra,
marchou em direção a Nalefis. E, todos os demais guerreiros esqueceram-se e
pararam de lutar, se puseram a acompanhar aquele confronto épico. O rei partia
furioso para o ataque e com um salto tocou a ponta da lâmina sobre o escudo
adversário. Elevou o tronco a frente e bateu forte, desferiu uma sequência de
golpes. Estava furioso e focado, destemido e aguerrido. Não importava o tamanho
do inimigo ou sua força, ele cairia frente ao rei. Àquela vitória seria premiada
a um único homem, somente um deles escreveria essa proeza no livro dos heróis e
Mancarus não se entregaria fácil, não desistiria. Enquanto houvesse vida em seu
corpo ele lutaria.
Mancarus chutou sobre o escudo inimigo e desferiu um golpe
de cima para baixo, a criatura não conseguira
sequer contemplar seu rosto de fúria. O rei mantinha uma postura ereta e
heróica. Continuava a surrar o inimigo, que rebatia seus ataques com o escudo e
a cada investida sofrida, caminhava para trás.
O grande Nalefis continha o avanço do rei e seu vigor era comparado a de
um leão enfurecido. Tamanha era a força usada pelo rei que gerava impactos
poderosos sobre o braço esquerdo do inimigo que era a todo o momento atordoado sem
intervalos.
Nalefis estava encurralado e perdendo o prestígio diante
de seus guerreiros, os olhos deles denunciavam a surpresa em vê-lo tão acuado.
Então, Nalefis surtou, lançou o corpo de Mancarus a dois metros apenas com a
força de seus braços. Mancarus voou e caiu de joelhos, rapidamente se levantou
e estava preparado para mais uma rodada.
— É o fim de seus terrores, gigante verde! — O rei elevou
o braço direito à frente e seus olhos eram pequenos e envoltos pelo capacete,
no entanto, era como lanças e espetos que penetravam sobre a face trêmula e
surpresa do gigante, que tremeu perante o pequeno e corajoso rei do norte,
cujas histórias narradas o presumiam como um leão faminto e raivoso...
Histórias que de maneira alguma eram enganosas e agora comprovadas pelo gigante
presunçoso.
— Não é o primeiro a desejar por isso, rei do Norte.
Muitos já tentaram e caíram aos meus pés.... e não será diferente com você!
Nalefis percebera que não se tratava de um homem comum
logo quando o contemplou pela primeira vez, entretanto, era costumeiro de um
orc o sentimento de superioridade e apedeutismo. Há muitos tipos
de guerreiros em Naires, mas poucos são munidos de lábia e tamanha audácia como
um orc. Essas criaturas são verdadeiros assassinos impiedosos e usam a
intimidação e seus músculos contra seus inimigos e na maioria das vezes é algo
funcional e louvável. Nalefis percebera que aquele não era um homem comum e se
realmente quisesse vencê-lo precisa mais do que simples coragem e força...
— Logo quando o avistei tive a certeza é um
homem individualista. Um simples agregador de glórias e histórias. Que tipo de
rei abandonaria a sua família para lutar batalhas solo? Porque arriscar sua
vida por prêmios e glória? És um rei tolo, senhor do Norte, deveria aproveitar
seus últimos minutos com a sua família a morrer como um porco no campo de
batalha.
Palavras ao vento era apenas isso. Seria
preciso muito mais que afrontas para estremecer a base de um rei sólido e
impenetrável. Nalefis errara em achar que sua lábia funcionaria contra aquele
homem, focado e destemido.
— A verdadeira família é aquela
unida pelo espírito e não pelo sangue...
Não tente usar suas mentiras contra minhas verdades, isso não funcionara
comigo, gigante verde... Os verdadeiros guerreiros usam somente a verdade, já
os covardes lutam com a mentira.
Quando o rei partiu novamente para o ataque, Nalefis
lançou com toda a sua força o grande escudo para poder feri-lo, porém, Mancarus
se desviou e enquanto estava curvando o seu corpo, pôde ver a morte que o
escudo trouxe a um de seus soldados que ficara em meio ao alvo e teve a cabeça
decepada pelo escudo inimigo.
Nalefis veio de encontro ao rei e novamente o tinir de
suas espadas tomava todo o campo de guerra, o barulho do aço se batendo
lembrava as facas dos açougueiros quando tocam um amolador ou encontram um osso
enrijecido. O rei lançou um ataque à meia altura e o gigante telegrafou-o,
baixou até que os cotovelos tocassem os joelhos, e levantou sua espada junto ao
corpo, que resvalou o queixo do rei. Mancarus aproveitou-se do erro adversário
e bateu forte o cabo da espada sobre o queixo do orc e isso arrancou-lhe dois
caninos e um sangue preto espirrou na face do rei .
Após feri-lo o rei comentou:
— A dádiva de uma vitória é ofertada a um único merecedor.
Eu não sou apenas um homem lutando por glória, sou um campo de batalha lutando
por um povo!
Nalefis sorriu secamente, limpou o sangue e retirou um
dente que ficara pendurado. “isso é impossível e improvável” pensou ele e seus
olhos denunciaram o seu desequilíbrio emocional. A verdade é que naquele momento; o veneno se
voltou contra a serpente.
O gigante lançou-se a sorte, com um gesto rápido trocou a
espada da mão direita para esquerda confundindo o inimigo. Girou o corpo no
sentido anti - horário e desferiu um golpe reverso, não feriu o rei com sua
espada, mas com um soco direto na face que arrancou-lhe o capacete e feriu o supercílio
direito, diminuindo a sua visão e causando um grande hematoma em seu rosto.
Mancarus estava ferido e o sangue respingava levemente em
sua armadura, entretanto, aquilo era disfarçado por ele. Imaginou que era
apenas respingos de chuva e desde criança aprendera a ignorar e esquecer a dor.
O único desconforto que sentia era a ânsia, pois sua espada implorava pelo
sangue inimigo e ele próprio pela glória.
Rodearam-se novamente e seus olhos eram como agulhas
buscando pelo buraco, suas espadas como espetos aguardando pelo churrasco. E Nalefis tomou novamente atitude e tentou
acertar um golpe no abdômen do rei que defendeu e formou um guinche entre as
espadas, o gigante aproveitou e grudou-o pela garganta e com sua mão direita o
sufocou até que o rei perdeu a respiração. Mas antes que suas vistas se
escurecessem, chutou as partes baixas da criatura que o soltou imediatamente.
O vilão urrou em fúria e dor, mas não recuou e bateu forte
sua perna direita sobre o solo, ele queria mais, estava cansado e ferido, porém
estimulado a continuar. Enquanto Nalefis suspirava pela boca, o rei ainda era
um leão indomável. O orc já sentia desconforto e cambaleava para trás. Escorregara
duas vezes, quase indo ao chão.
Mancarus sentiu que causara danos em seu último golpe e
outra vez subiu aos ares e lançou sua espada sobre o punho do inimigo, que
sequer viu o golpe e desta vez foi ferido, fazendo com que a espada do vilão
caísse a seus pés.
E, naquele momento alguns orcs olhavam seu general com
olhos de agonia e descrença e começavam a se afastar, pareciam temer o pior.
Mancarus sabia que o inimigo estava desarmado e mesmo assim fez o improvável, chutou
a lâmina próxima a ele e deu-lhe mais uma chance de glória. Isso fez com que o
vilão urrasse de fúria e sequer sentiu a dor de sua ferida, lançou-se ao solo e
apalpando novamente a espada.
O vilão enrijeceu os músculos de seu peitoral e encurvando
o corpo correu contra o rei, desferiu um golpe reto que mesmo defendido causou
uma ferida profunda em seu ombro esquerdo. Mancarus sentiu a dor, mas a ignorou
e continuou a lutar apenas com uma de suas mãos.
— Trucidei vários inimigos em minha vida, mas minha espada
jamais provou o sangue da realeza. Quando o matar, rei do Norte, comerei sua
carne e beberei seu sangue doce, é um banquete raro e único, e que vale a pena
todo esse esforço! — Nalefis se afastou e lambeu a lâmina encoberta pelo sangue
do rei.
— Não é digno nem em morrer pela minha espada, quanto mais
provar do meu sangue... Em um primeiro
momento acreditei encontrar um adversário digno e versátil, mas estou
aborrecido, pois tu és fraco e putrefato. Não é digno de pisar
esse solo, nem mesmo em viver neste mundo. Não quero que esse dia seja lembrado
como prêmio, pois não a glória em um inimigo tão desvalorizado.
Girando ao sentido contrário, o rei jogou seu corpo ao
solo e cortou a perna esquerda do vilão que desbeiçou um corte profundo e de
estilhaçou o osso. O vilão urrou e
procurou pelo inimigo curvando o corpo, mas estava endurecido pela ferida que
não lhe permitira movimentar a perna. Rapidamente o rei apareceu sobre as
costas da criatura e cortou-lhe de cima a baixo abrindo um corte profundo em
sua espinha e nuca. Rapidamente rodopiou e ficou frente a ele, agora Mancarus
soprava também pela boca e voltaram a se encarar em uma distância de dois
metros. Estavam ofegantes e o sangue manchava todo o local.
Alguém cairia naquele dia e agora era questão de minutos
para que seus corpos ficassem fracos, isso pela grande quantidade de sangue que
perdiam e que respingava no solo esburacado. Foi quando o orc se lançou a
própria sorte e investiu desesperadamente sobre Macarus, e foram um, dois,
três, e no quarto bater de espadas Nalefis perdeu o seu braço esquerdo, foi
decepado majestosamente por Mancarus. Esse elevou seu corpo forçadamente à
frente e manteve-se ainda na posição de ataque. Contemplando apenas o vilão
urrar de dor e cair de joelhos com sua espada cravada ao solo.
Nalefis se levanta novamente e ao tentar reação, recebe um
segundo golpe no abdômen e um terceiro nas costas. Agora estava acabado,
ensanguentado, e sem sua espada.
Todos aplaudiam e os inimigos começavam bater em retirada.
Por outro lado, os soldados de Mancarus aguardavam o final daquele espetáculo
regido por um maestro determinado e vitorioso. Até que o rei cravou seu aço no
coração do inimigo, torceu sua espada e olhou em seus grandes olhos, profundamente,
parecia dizer “vá para o inferno maldito e jamais volte a esse mundo”!
...E Mancarus venceu a maior batalha de todos os tempos.
Libertando Naires das mãos do temível “Orc Nalefis”.
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